terça-feira, 13 de junho de 2017

HISTÓRIA DOS ORIXÁS - "OXUMARÊ"


OXUMARÊ
É a cobra-macho, o arco-íris; Rei do Axé Axumarê.
Comida: Banana frita no azeite de oliva, feijão fradinho.
Qualidades: Toquen.
Saudação: Arroboboi!


OXUMARÉ
Oxumaré é a serpente arco-íris; suas funções são múltiplas. Diz-se que ele é um servidor de Xangô e que seu trabalho consiste em recolher a água caída sobre a terra, durante a chuva, e leva-la de volta às nuvens... .
Oxumaré é a mobilidade e a atividade. Uma de suas obrigações é a de dirigir as forças que produzem o movimento. Ele é o senhor de tudo o que é alongado. O cordão umbilical, que esta sob seu controle, é enterrado, geralmente com a placenta, sob uma palmeira que se torna propriedade do recém-nascido, cuja saúde dependerá da boa conservação dessa árvore. Ele é o símbolo da continuidade e da permanência e, algumas vezes, é representado por uma serpente que se enrosca e morde a própria cauda. Enrola-se em volta da terra para impedi-la de se desagregar. Se perdesse as forças, isso seria o fim do mundo... Eis aí uma excelente razão para não se negligenciar as suas oferendas.
Oxumaré é, ao mesmo tempo, macho e fêmea. Esta dupla natureza aparece nas cores vermelha e azul que cercam o arco-íris. Ele representa também a riqueza, um dos benefícios mais apreciados no mundo dos iorubás.

Certas lendas de Ifá contam que “ ele era, outrora, um babalaô ‘filho co-proprietário da estola de cores brilhantes’ . Começou a vida com um longo período de mediocridade e mereceu, por essa razão, o desprezo de seus contemporâneos. Sua chegada final à glória e ao poder é simbolizada pelo arco-íris, que, quando aparece, faz as pessoas exclamarem: ‘Ora, ora, eis Oxumaré!’ Isso mostra que ele é universalmente conhecido e, como a presença do arco-íris impede que a chuva caia, demonstra também a sua força” .
Uma outra lenda: “ Este mesmo babalaô Oxumaré vivia duramente explorado por Olofin, o rei de Ifé, seu principal cliente. Consultava-lhe a sorte de quatro em quatro dias, mas o rei remunerava seus serviços com extrema parcimônia e Oxumaré viva num estado de semi-penúria. Felizmente para ele, foi chamado por Olokum, rainha de um reino vizinho, cujo o filho sofria de um mal estranho: não conseguia se manter em suas próprias pernas, tinha crises, nesses momentos, rolava sobre as cinzas ardentes do fogareiro. Oxumaré curou a criança e voltou a Ifé repleto de presentes, vestido com riquíssima vestimenta do mais belo azul. Olofin, espantado por este repentino esplendor e lastimando sua avareza passada, rivalizou em generosidade com Olokum, dano também a Oxumaré presentes de
valor e oferecendo-lhe uma roupa de uma bela cor vermelha. Oxumaré ficou rico, respeitável e respeitando, sem imaginar que tempos melhores ainda o esperavam. Olodumaré , o deus supremo, sofria da vista e mandou chamar Oxumaré; uma vez curado por seus cuidados recusou-se se separar dele. Desde essa época, Oxumaré reside no céu e só de tempos e tempos tem autorização de pisar na terra. Nessas ocasiões, os seres humanos tornam-se ricos e felizes” .



 "Oxumaré é o arquétipo das pessoas que desejam ser ricas; das pessoas pacientes e perseverantes nos seus empreendimentos e que não medem sacrifícios para atingir seus objetivos. Suas tendências à duplicidade podem ser atribuídas à natureza andrógina de seu Deus. Com o sucesso tornam-se facilmente orgulhosas e pomposas e gostam de demonstrar sua grandeza recente. Não deixam de possuir certa generosidade e não se negam a estender a mão em socorro àquele que dela necessitam."




Fontes: Lendas Africanas dos Iorubás, Conhecendo os Orixás, Agô Orixá e Obra de "Verger Pierre Fatumbi."

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